AS "CANDINHAS" DA IGREJA

Não sou daqueles que defendem varrer para debaixo do tapete as coisas que precisam ser tratadas para que haja cura na igreja. Mas mesmo nestes casos a sobriedade e a discrição devem caracterizar o modo como se lida com esses assuntos. Todavia, o que mais me impressiona são aquelas pessoas especializadas em fofocas, que passam o dia a mexericar a vida alheia em busca de falhas para botar a boca no trombone.

Lembra-me aquelas casas provincianas, coladas uma na outra, em que certas pessoas, por falta do que fazer, ficam a bisbilhotar quem passa na rua e tagarelam de uma janela para outra o que seriam os "podres" de cada um que aparece na esquina.

Infelizmente, temos essas "candinhas" na igreja, vocábulo que uso para identificar tal comportamento em ambos os gêneros - masculino e feminino. Deus não é o prazer dessas pessoas. Adorá-lo passa longe do interesse de seus corações. Ouvir a Palavra, então nem se fala. É enfadonho.

O que lhes traz satisfação - algumas chegam a babar pelo canto da boca - é fofocar, buscar os deslizes do outro, apontar sempre o dedo para a vida alheia. São especialistas não só em contar o conto, mas em exagerá-lo, em pintá-lo com cores mais fortes, não importa o estrago que possam causar. Tenho minhas dúvidas se as "candinhas" algum dia já se converteram a Cristo.

Que Deus nos guarde de cair em suas bocas e também nos proteja de nos tornarmos "candinhas".

Geremias Couto

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