terça-feira, 20 de abril de 2010

Tragédias? Desde que sejam bem longe de nós...

Tragédias? Desde que sejam bem longe de nós...

Hermes C. Fernandes


“Quem é o meu próximo?” Foi esta a pergunta que um certo doutor da Lei fez a Jesus. Em outras palavas, ele queria saber com quem ele deveria realmente se importar, ou quem ele deveria amar.

Há vários tipos de proximidade. Alguém pode estar próximo geograficamente, mas completamente distante em termos ideológicos, sociais, até mesmo religiosos. Teríamos a obrigação de nos importar com o que acontece a pessoas que vivem do outro lado do mundo? Poderíamos considerar as vítimas da enchentes em Santa Catarina como próximas? Afinal, são mais de mil e quinhentos quilômetros que nos separam. E quanto àquelas que trabalham conosco, compartilham do mesmo expediente, mas que pertencem a outra realidade social? Teria o chefe que amar os seus empregados, haja vista o abismo social que os separa? Teria a empregada doméstica que amar sua patroa?

Para responder à pergunta capiciosa daquele doutor da lei, Jesus contou uma parábola cuja trama envolvia cinco personagens distintos:

1º - A vítima – Alguém que ia de viagem tranquilamente, sem saber o que lhe esperava.

2º - Os assaltantes – Pessoas mal intencionadas, que se aproximam da vítima com a única intenção de tirar-lhe tudo o que tinha, inclusive a vida.

3º - O Sacerdote – Alguém de quem se esperava, no mínimo, compaixão, mas que passa pelo moribundo, fingindo que não o viu, pois de tão ocupado com questões espirituais, não teria tempo pra perder com alguém de carne e osso como ele. Ademais, caso aquele homem morresse enquanto era socorrido, o sacerdote seria considerado impuro para o exercício de seu sagrado ofício. Havendo tanto em jogo, era preferível ignorar o sofrimento de seu semelhante.

4º - O Levita – Alguém pertencente a uma tribo considerada especial dentre as demais que compunham o povo de Israel. De tão especial, não se dispôs a cuidar de alguém comum, pertencente a uma outra classe de pessoas. Por isso mesmo, passou de largo.

5º - O Samaritano – Apesar do susto que seus interlocutores levaram quando Jesus introduziu em sua estória esta figura non grata, todos ficaram surpreendidos ao imaginar a cena de um samaritano, movendo-se de compaixão, tratando as feridas, carregando o moribundo em sua cavalgadura, perdendo um dia inteiro de viagem para encontrar um lugar para hospedá-lo, e ainda por cima, pagando antecipadamente pelos cuidados a ele dispensados durante a sua ausência. Como alguém pertencente a uma sub-raça detestada pelos judeus, poderia ser capaz de um gesto altruísta como aquele?

Cada um desses personagens aponta para 5 classes diferentes de pessoas com quem freqüentemente esbarramos em nossa caminhada pela estrada da vida.

A vítima abarca a sociedade como um todo. Não há quem jamais tenha sido vítima de algum descaso, de uma tragédia, ou mesmo de um preconceito ou injustiça. O lema deste grupo é "por quê eu?"

Os assaltantes representam aqueles cujo lema é “o que é teu é meu”.

O sacerdote representa o grupo cujo lema é “o que é meu é meu”. Para preservar o que tenho, não posso me expor pra socorrer quem quer que seja.

O levita representa o grupo que diz “o que é teu é teu”. Em outras palavras, cada um que carregue a sua cruz. Não vou me envolver com problemas alheios, pois estou por demais ocupado com as coisas espirituais, pensa o levita, enquanto passa "levitando" por entre os demais mortais.

O Samaritano é aquelo cujo lema é “o que é meu é teu”. Por maior que seja o abismo que o separa dos demais, ele é capaz de transpô-lo, movendo-se por compaixão, e não por preconceito. Mesmo sendo vítima de discriminação, ele não se vê assim. Ele não apenas surpreende por se importar, como também supera todas as expectativas, fazendo muito além do que sua obrigação.
Em tempo de globalização, todos aqueles de quem temos notícia devem ser considerados nossos próximos.

As tragédias ocorridas ao nosso redor são permitidas por Deus para que redescubramos o caminho da compaixão e do amor.

Hermes Fernandes é um dos mentores da Santa Subversão Reinista no Genizah

sábado, 13 de março de 2010

Pouca Bíblia e muita criatividade!

Pouca Bíblia e muita criatividade!



Volta e meia me mandam uma coleção de nomes estranhos de igrejas (igrejas?). Eu leio, leio e já nem me espanto mais. Esta a seguir foi a última. Completinha. Os grifos em vermelho são meus.


Igreja da Água Abençoada - superada depois que a IURD inventou o banho das 7 águas.
Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
Congregação Anti-Blasfêmias - Me afeiçoei.
Igreja Chave do Éden - Faz cópia e abre fechadura em 15 minutos
Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta - Putz!
Igreja Batista Incêndio de Bênçãos É fogo irmão!
Igreja Batista Ô Glória!
Congregação Passo para o Futuro
Igreja Explosão da Fé
Igreja Pedra Viva
Comunidade do Coração Reciclado Tipo safenado
Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
Cruzada de Emoções - É a igreja do Roberto e do Erasmo (rss)
Igreja da Cortina Repleta de Bênçãos - Mas conhecida como vizinho da modelo
Congregação Plena Paz Amando a Todos
Igreja A Fé de Gideão
Igreja Aceita a Jesus Ainda bem! Pensei que ia deixar o Salvador de fora!
Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém
Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo - Olha a igreja do meu desafeto.
Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
Igreja Barco da Salvação - Tá furado!
Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo - Seria a barca das 23:00h?
Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
Comunidade Arqueiros de Cristo - Com esta eu não mexo...
Igreja Automotiva do Fogo Sagrado Drive-thru de Gizuz
Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo Congregação dos funcionários da Record?
Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Igreja Palma da Mão de Cristo Piada (herege) pronta.
Igreja Menina dos Olhos de Deus
Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D’Água - Sucursal da Renascer!
Igreja Batista Ponte para o Céu
Igreja Pentecostal do Fogo Azul
Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade Este ainda não estreiou no Genizah...
Igreja Filho do Varão
Igreja da Oração Eficiente Tá vendo Tonho? Tú num sabe orar!
Igreja da Pomba Branca
Igreja Socorista Evangélica Esta ai dever ser um espetáculo de muita dança!
Igreja ‘A’ de Amor
Cruzada do Poder Pleno e Misterioso Mistério...
Igreja do Amor Maior que Outra Força
Igreja Dekanthalabassi
Igreja dos Bons Artifícios - Quais seriam? melhor não perguntar...
Igreja Cristo é Show
Igreja dos Habitantes de Dabir
Igreja ‘Eu Sou a Porta’
Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo Valeime!
Igreja da Bênção Mundial
Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
Igreja Pentecostal do Pastor Sassá Este é o homi!
Igreja Sinais e Prodígios
Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
Igreja do Manto Branco
Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) Eu tb!
Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
Ministério Eis-me Aqui A igreja pique-esconde!
Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia Faz bem irmão!
Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará É shofar?
Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
Igreja Evangélica Facho de Luz
Igreja Batista Renovada Lugar Forte
Igreja Atual dos Últimos Dias
Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te (kkk)
Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
Igreja Evangélica Bola de Neve
Igreja Evangélica Adão é o Homem ?
Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado - Quem não tem monte...
Ministério Maravilhas de Deus
Igreja Evangélica Fonte de Milagres
Comunidade Porta das Ovelhas
Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo - Fala sério!
Igreja Evangélica Luz no Escuro
Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim Pode aparecer só no fim do culto rapaze!
Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos
Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta - 24hs!
Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés - Pobre Moshe!
Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão
“Igreija” Evangélica Muçulmana Javé é Pai Ecumenismo é isto ai!
Igreja Abre-te-Sésamo Esta ai é a do Ali BaBa e dos 40 deputados evangélidos! kkkkk
Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
Igreja Bailarinas da Valsa Divina
Igreja Batista Floresta Encantada Tem gnomo?
Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder Chama os bombeiros!
Igreja Dekanthalalabassyí
Igreja do Louvre
Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção
Igreja Evangélica Batalha dos Deuses Isto só pode ser tóxico!
Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados - Agora foi!
Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida
Igreja Pentecostal Marilyn Monroe Tu brinca?
Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo
Igreja Batista Nero se arrependeu, e você? - Sabia não...
Igreja Pronto-Socorro das almas
Igreja Clínica da Alma
Igreja Congregacional Boca do Peixe Ópraió D. Sula!
Igreja Congregacional Explosão da Fé
Igreja Cruz Erguida para o bem das almas
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Igreja Evangélica Shun Kuan Tai Shun
Igreja Infantil Fofuras do Amanhã É a igreja da Sasha!
Igreja Jesus é médico de verdade
Igreja Lugarzinho no Céu
Igreja Olimpíada Bíblica Vai estourar em 2016!
Igreja Pentecostal Jesus Vêm, Você fica - A melhor! Já ganhou!
Igreja Sede de Fé
Igreja Subimos com Jesus
Igreja Universal de Oposição ao Mal

domingo, 7 de março de 2010

Um cântico novo

"E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e
quatro mil que foram comprados da terra.
Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens.
Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os
que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o
Cordeiro."(Apocalise 14:3-4)

Hoje é um dia especial para nosso ministério, um dia no qual tenho sonhado a muito tempo, um dia que ficara marcado na nossa historia, hoje inicia os cultos do ministério Cântico Novo,
este texto relata claramente de um cântico de como novo, mas como não era nem é um cântico novo esse cântico ja existia, e ja se fazia presente, mas somente aqueles que que não se corroperam e os que realmente seguem a Cristo podem ouvir.
Este canto esteve calado em nossas bocas quando achamos que encontariamos a Deus em uma grande denominação, este canto esteve calado em nossas bocas quando acuados aceitamos que: "esta bom afinal foi o Senhor que nos colocou aqui", mas aqueles que não se confomaram, quizeram aprensentar um velho cântico como se fosse novo, e somente os comprados pelo sangue puderam entender.
Nasce aqui uma comunidade de irmãos engajados em propagar um novo cântico, de pessoas que não se corromperam.
Não nasce aqui uma visão absoluta, onde que não esta aqui esta errado, mas nasce aqui uma geração compromissada em não deixar este canto ser esquecido, pois está é o hora de restaurar a Sua Casa, com compromisso com a Palavra sem ter nada a dizer a não ser a Deus.
Pai eu quero que a nossa voz seja a Sua voz.
É chegada a hora em que não adoraremos somente nas paredes de um templo mais em todos os locais, ser bendito de Deus.
Mas...
As lutas virão e não chegaremos em lugar algum sem a Vontade Absoluta de Deus, mas entoaremos um Cântico como novo e buscaremos as pessoas onde for preciso, um compromisso real com aqueles que foram deixados no caminho, pois também deles se ouvirá este canto, este é o nosso compromisso....

terça-feira, 2 de março de 2010

1ª Epístola de Paulo Aos BRASILEIROS - Cap. 1

Prefácio e Saudação

Paulo, apóstolo, não da parte de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, a todos os santos e fiéis irmãos em Cristo Jesus, que se encontram em terras brasileiras, graça e paz a vós outros.

Exortações à Igreja

Rogo-vos para que não haja partidos entre vós. Mas vejo que é isso que está ocorrendo, pois uns dizem: eu sou de Malafaia; outros, de Macedo; outros, do Soares; outros de Feliciano; Quem é Malafaia? Quem é Soares? Quem são eles? [1] Por acaso Cristo está dividido? Não são neles que devemos postar nossos olhos, mas em Cristo, o único que morreu por nós.

Vejo que ainda sois meninos na fé quando o propósito de cada um é só buscar bênçãos para si, visando os próprios interesses e não o interesse do Corpo. Digo-vos que a maior benção já vos foi concedida na cruz quando fostes resgatados da morte e das trevas. Agora, aprendam a viver contentes e dar graças a Deus por tudo [2] .

Sinais e Prodígios

Assim como os judeus pediam sinais em minha época [3], há muitos que só pensam em prodígios e maravilhas: fazem correntes e marcam hora para as curas se efetuarem, e eu já havia advertido aos seus irmãos de Tessalônica que tão somente orassem o tempo todo, [4] pois apenas Deus é quem sabe a hora de atender. Eu mesmo deixei Trófimo doente em Mileto, [5] o amado Timóteo foi medicado enquanto esperava o Senhor curar sua gastrite, [6] e Epafrodito adoeceu mortalmente chegando às portas da morte [7]. Por que entre vós no Brasil seria diferente?

Outras admoestações

Estão fazendo rituais para amarrar demônios e declarar que as cidades do Brasil são do Senhor Jesus. Nunca vistes isso em mim e em nenhum momento em Cristo. Pelo contrário, preguei o evangelho em Éfeso, mas a cidade continuou seguindo a deusa Diana. No Areópago de Atenas riram e zombaram de minha pregação, e poucos aceitaram a palavra do evangelho; como eu iria dizer que Atenas era do Senhor Jesus? Em Corinto, a prostituição continuou a dominar a cidade, e em Roma, as orgias e as dissoluções da família até se intensificaram no decorrer dos anos. Dizer que Roma pertencia ao Senhor Jesus seria uma frase que levaria ao engano os poucos irmãos verdadeiramente convertidos.

Na verdade muito me esforcei e fiz de tudo para ver se conseguia salvar a alguns [8]. Nunca ensinei a reivindicar territórios, mas tão somente orava a Deus que me abrisse uma porta para pregar a Palavra [9] .

Cuidado com os falsos apóstolos

Há muitos homens gananciosos aparecendo no meio de vós no Brasil dizendo que são apóstolos e criando hierarquias para exercer domínio uns sobre os outros, coisa que nunca aceitei. Porque tanta preocupação com títulos? Por que ninguém se contenta em ser chamado simplesmente servo? Pois é isso é o que realmente importa. Saibam que há muitos obreiros fraudulentos transformando-se em apóstolos de Cristo [10].

Já vos advertira que depois da minha partida, entre vós penetrariam lobos vorazes que não poupariam o rebanho de Cristo [11], vós não lembrais disso brasileiros?

Sobre os dons espirituais

Soube que muitos estão preocupados com os dons. É verdade que eles são importantes, mas o Espírito concede a cada um conforme melhor lhe convém [12]. Tenho percebido que valorizam principalmente os dons sobrenaturais – como falar em línguas, visões, curas e revelações – e esquecem-se que ensinar bem as Escrituras, administrar com zelo as coisas de Deus e promover socorro aos necessitados também são dons espirituais [13].

Mas o que eu quero mesmo é que estejais buscando para suas vidas o fruto do Espírito. De nada adianta ter fé suficiente para curar pessoas, transportar montes e expulsar demônios se ficais devorando uns aos outros, [14] se não têm amor, se provocam rixas e intrigas entre si e dão mau testemunho.

Ofertas ao Senhor

Quanto às ofertas e sacrifícios, já falei por carta: no primeiro dia da semana cada um separe segundo sua prosperidade [15]. Nunca fiz leilão de bênçãos do Senhor, desafiando o povo a ofertar começando com 10 moedas de ouro até chegar ao que tinha um denário. O único sacrifício aceitável por Deus já foi feito na cruz pelo seu Filho Jesus, entendais isto brasileiros.

Quando Deus me der oportunidade de visitar-vos quero conhecer os que estão se enriquecendo com o Evangelho e enfrentar-lhes face a face. A piedade jamais pode ser fonte de lucro [16] e se continuarem nessa sórdida ganância haverão de sofrer muitas dores [17].

A busca da verdadeira maturidade

É imprescindível que manejem bem a Palavra, pois chegou ao meu conhecimento que esta é uma geração tão ignorante nela que estão sendo enganados por lobos vorazes, que trazem enganos e sofismas, e a esses, de boa mente, os tolerais [18]. Lembrem-se que quando preguei em Beréia o povo consultava a Palavra para ver se as coisas eram de fato assim [19]. Porque não fazeis vós o mesmo? Ora, os ardis de satanás vêm sempre disfarçados na pregação de um anjo de luz [20].

Vejo que entre vós há muitos acréscimos e deturpações daquilo que falei. Admoesto-vos a que não ultrapasseis o que está escrito [21] .

As saudações pessoais

Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, e sim a seu próprio ventre [22], seus próprios interesses. Em breve vos vereis.

A bênção

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós do Brasil [23].



Original do autor Daniel Rocha em Metodista 2007 ; Vi em Buscai o Reino, e Genizah divulgou

REFERÊNCIAS [1] - 1Co 3.5 [2] - Fp 4.11; 1Ts 5.18 [3] - 1Co 1.22 [4] - 1Ts 5.17 [5] - 2Tm 4.20 [6] - 1Tm 5.23 [7] - Fp 2.27-30 [8] - 1Co 9.22 [9] - Cl 4.3 [10] - 1Co 11.3 [11] - At 20.29 [12] - 1Co 12.7 [13] - Rm 12.7-8 [14] - Gl 5.15 [15] - 1Co 16.2 [16] - 1Tm 6.5 [17] - 1Tm 6.10 [18] - 2Co 11.4 [19] - At 17.11 [20] - 2Co 11.14 [21] - 1Co 4.6 [22] - Rm 16.17-18 [23] - 2Co 13.13

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

COMO USAR A BÍBLIA PARA O MAL: 10 mandamentos para quem quer se dar bem com a Bíblia

COMO USAR A BÍBLIA PARA O MAL: 10 mandamentos para quem quer se dar bem com a Bíblia

INTRODUÇÃO:

Eis aqui um esboço do que ainda será um método para se usar a Bíblia para o mal. É esboço ainda, mas alguém um dia poderá aperfeiçoá-lo até que se torne um método completo, digno de comparação com o inestimável legado de Maquiavel.

Objetivo: Na verdade, o título deste manual não devia ser “Como usar a Bíblia para o Mal”, pois as instruções aqui contidas não objetivam o mal, e sim o bem; depende apenas do ponto de vista de quem o lê. Quem seguir seus mandamentos poderá usar a Bíblia para o benefício próprio, para conquistar a felicidade que talvez de outra forma não obteria. Se há um problema ético é que tais benefícios são tirados de outrem através do uso manipulador que faremos da Bíblia, mas isso é um detalhe em que o leitor não deve se prender para obter bons resultados.

Modo de usar: Preste atenção às linhas abaixo; não nos responsabilizamos pelo sucesso do programa caso algum desses itens seja ignorado:

1) Se você quer usar esse manual para saber usar a Bíblia em seu próprio benefício, tenha sempre o cuidado de mantê-lo bem guardado. Use um cofre particular se possível, pois se alguém, mesmo que seja da sua família, souber que o possui e que por ele se guia, seus planos podem ir por água abaixo.

2) Este manual deve ser lido constantemente, memorizado se possível, pois devido à necessidade de mantê-lo oculto, você não poderá levá-lo no bolso para consultas, mas deverá utilizá-lo de memória e com total domínio.

CONTEÚDO

1o Mandamento: Buscar o Público Certo

Assim como um empresário escolhe um público para atingir com seu produto, você também deve identificar o seu público alvo. Isso é fácil. Como usaremos a Bíblia, o público deve limitar-se a pessoas que possuem fé nela, que a chamam de Palavra de Deus e que podem ser convencidos a obedecê-la como se fosse a voz do próprio Deus.

Cuidado: Você poderá vez ou outra ser confrontado por pessoas que consideram suas atitudes abusivas. Essas pessoas não fazem parte do seu objetivo, ignore-as. Ou elas não crêem na Bíblia o suficiente e por isso a questionam, ou acham que podem entender a Bíblia por si mesmos e desvalorizam o seu papel. Evite confrontar-se com esses, simplesmente afaste-se e aja como se não existissem. Diante dos outros, mostre-se altivo, como se tivesse pena desses incrédulos.

2o Mandamento: Torne-se uma Autoridade

Você não conseguirá dominar seu grupo quando ele se tornar numeroso a menos que tenha um título que o destaque. Assim, você deve investir muito na sua própria imagem. Não é preciso perder tempo com estudo ou oração, consiga apenas um título e uma boa história. Para o título, você precisa que outro faça-o um “pastor”, “bispo”, “apóstolo” ou coisa assim. Mas se você não possui histórico com igrejas, então é melhor investir na história. Conte um testemunho pessoal marcante, que retrate uma experiência sobrenatural, uma visão ou coisa assim. E abuse da nomenclatura, quanto mais solene o nome, mais respeito imporá aos seguidores.

Cuidado: Caso você só tenha a história e nenhum apoio, poderá ser questionado por isso. Se esse for o caso, responda a quem lhe questionar sem gaguejar que sua autoridade é divina, que não busca apoio em instituições de homens, que não amarrou Deus entre paredes, e coisas desse tipo. Acuse os outros líderes para mostrar que você começou sozinho por opção; é o único meio de defender-se dessa acusação.

3o Mandamento: Use Linguagem Bíblica

Sua linguagem deve transformar-se para que quando falar, as pessoas identifiquem o modo de falar da própria Bíblia. Não confunda isso com fidelidade à Bíblia, trata-se apenas de assumir uma espécie de “sotaque” próprio do seu grupo social. As pessoas não conhecem a Bíblia, assim, não tenha medo de arriscar; repita versículos e copie sermões alheios que já arrancaram aplausos. Se você é iniciante, comece abusando de termos evangélicos como esses:

1) “glória a Deus” para comemorar qualquer coisa;

2) “misericórdia” para lamentar;

3) “Deus abençoe” para se despedir de alguém;

4) “só Jesus” para expressar desaprovação etc.

4o Mandamento: Invista na Autoridade da Bíblia Constantemente

É muito mais fácil fazer seus ouvintes obedecer a um mandamento sagrado que suas próprias ordens. Portanto, você deverá fazê-los mais que admiradores da Bíblia, eles devem ser escravos do texto. Utilize-se de recursos já parcialmente assimilados, como a inspiração divina na criação da Bíblia, por exemplo. Diga que ela não contém erros, que nunca mente, e que cada um de seus próprios passos são guiados por ela.

Cuidado: Você deve omitir toda a participação humana que esteve presente na composição da Bíblia, por mais evidente que seja. Se notarem que na Bíblia existe equívocos, os seus ouvintes questionarão tudo o que disser. Veja alguns conselhos práticos:

1) Nunca leia publicamente textos de violência e vingança como o Salmo 137.9 e nem discuta as mentiras que Deus apóia. Se o povo tiver consciência da fraqueza humana nos textos pode duvidar do controle divino em sua criação;

2) Fuja das irreconciliáveis contradições dos textos. Quando ler os evangelhos, leia só um deles, pois a comparação entre eles pode revelar que os textos não expressam a visão de testemunhas oculares, e a liberdade com que cada um dos autores escreveu pode estimular a criatividade dos crentes de hoje, coisa muito ruim para seus propósitos;

3) Nunca deixe-os ouvir que existem milhares de manuscritos contraditórios que provam que nossa Bíblia é apenas uma tentativa acadêmica de reconstruir documentos antigos, e que contém incontáveis problemas textuais. Apóie qualquer lenda sobre a Bíblia, é melhor acreditarem que Deus ditou os textos sem qualquer erro do que saberem que o processo de criação e escolha da Bíblia é uma grande confusão, cheia arqueólogos, tradutores, e líderes religiosos e suas “politicagens”...

5o Mandamento: Seja o Intérprete Oficial da Bíblia para seu Grupo

As pessoas seguirão a Bíblia, ao menos pensarão assim. Mas você só poderá manipular as pessoas e formar suas opiniões de verdade se a sua voz for a Bíblia deles. Você até pode criticar o catolicismo por dar ao Papa a autoridade de dizer o que é a Palavra de Deus ou não, mas deve agir diferente. Diga que todos podem ler a Bíblia, mas faça-os entendê-la como você lhes ditar. Para facilitar sua missão, escolha uma tradução difícil e antiga, cuja linguagem não pode ser compreendida a não ser por leitores experientes, e faça dela a Bíblia oficial da igreja. Você verá que as pessoas virão perguntar a você sobre o significado dos textos, e geralmente aceitarão o que disser. Com o tempo eles repetirão o seu discurso acreditando que realmente viram isso no texto.

Cuidado: Você deve sufocar intérpretes divergentes que surjam no meio do seu povo. Não lhes dê qualquer espaço para falar, escrever, cantar... Procure um meio para justificar tais limitações, um erro, pecado ou qualquer coisa com que possa justificar-se. Diante da pressão, essas pessoas tendem a abandonar o grupo, o que você deve ver com bons olhos e não lamentar.

6o Mandamento: Faça Seguidores Submissos

A longevidade do seu movimento depende de quão submissos a você são seus seguidores. Use eventualmente Romanos 13.1 para apoiar a submissão a toda autoridade e incentivar a obediência irrestrita a você. Deve-se somente ter alguns cuidados:

1) Nunca diga que Jesus foi morto por Roma por ser um rebelde de ordem política, interprete sua morte somente como evento salvífico de significado transcendental, em que os próprios assassinos não sabiam o que estavam fazendo;

2) Nunca leia os livros proféticos publicamente a não ser porções bem escolhidas que você tenha verificado em particular. Esses livros foram produzidos por pessoas completamente contrárias às autoridades do seu tempo, e a vida deles pode dar ao povo a idéia de que reis como você também podem ser questionados;

3) A submissão do povo está também ligada à falta de cultura dos mesmos, motivo pelo qual toda forma de estudo é prejudicial para você. Diga que a Bíblia tem todo o conhecimento de que precisamos, e fique atento a todos os universitários, pois eles podem notar que a ciência não é coisa do diabo, e colocá-la acima da Bíblia em alguns casos. Feche os olhos ao conhecimento e continue afirmando que Adão e Eva existiram, que Deus criou o mundo em sete dias, que Daniel não é só um mito... Um texto que cai bem é 2Coríntios 3.6, logicamente, sem seus contextos;

4) Tenha cuidado especial com os teólogos ou estudiosos da religião. Esses logo tornam-se descontentes com nosso discurso. Chame-os de incrédulos sempre que disserem algo contrário ao que disser, procure limitar sua ação e influência até que desapareçam. Lembre-se, nenhum conhecimento teológico de verdade irá apoiar o seu procedimento, e como os acordos são impossíveis nesse caso, você deve eliminá-los assim que puder.

5) Jamais deixe ninguém notar que algumas cartas do Novo Testamento trazem passagens machistas que são contrárias às leis de hoje. Nós vamos desobedecer qualquer lei que apóie a igualdade entre os sexos, assim como o homossexualismo, o divórcio, a liberdade religiosa e de expressão etc. Mesmo assim temos que parecer sempre submissos às autoridade do país, para servir de exemplo aos nossos obedientes seguidores.

7o Mandamento: Faça Discípulos sem Opinião Própria

Você não pode dar a impressão de que quer todo o poder somente para si, então, deverá levantar outros líderes que na verdade serão fiscais do seu trabalho. Para isso, crie cursos onde lhes ensinará indiretamente qual é a sua interpretação da Bíblia e como todos devem agir. O que você quer é que eles o imitem, mas como não poderá dizê-lo abertamente, fale-o por meio de 1Coríntios 11.1, onde Paulo, por já está morto, pede que o imitem e é visto como um exemplo e não como um arrogante.

Cuidado: Quando usar o exemplo de Paulo, tenha cuidado, pois sabemos que Paulo nunca viu Jesus e não fazia o que o Jesus verdadeiro fazia. O Jesus que Paulo imitava é o do céu, que nem vemos e não faz nada que possamos imitar. Paulo também era contrário às “autoridades” da igreja e só fez acordo com os líderes de Jerusalém porque eles cederam naquilo que para ele era essencial. Tudo isso é segredo e deve ficar só entre nós.

8o Mandamento: Controle a Vida Financeira das Pessoas

Sem dúvida o maior dos benefícios desse nosso programa é financeiro. Pode parecer incrível, mas eles vão acreditar em você se usar a Bíblia para exigir o dinheiro deles. Faça-os decorar Malaquias 3. Se não lhe derem o dízimo do que ganham devem sentir-me muito mal, chamando a si mesmos de ladrões e temendo a condenação eterna no fogo do inferno. O argumento é fraco, mas eles vão acreditar, desde que você tome alguns cuidados:

1) O perigo neste caso é de atentarem para a história de Israel e notarem que o texto de Malaquias foi escrito quando o Templo reconstruído pelos pobres após o exílio babilônico não obteve a aceitação nacional como o Templo anterior. Eles pediam porque naqueles dias os sacerdotes tinham necessidades reais. E mais, lembre-se que os judeus padeceram cada vez mais depois daqueles dias, prova de que nenhuma janela do céu lhes fez prosperar;

2) Sobre a “janela do céu” que vai derramar bênção sobre os dizimistas, é o argumento positivo mais poderoso que temos. Prometa tudo sem medo, pois o problema é de Deus. Se há uma janela do céu, claro que de lá não cai dinheiro, casas, carros ou coisas assim, mas são exatamente essas as coisas que você deve prometer, pois são as coisas que o povo mais deseja;

3) Você também deve deixar o povo ignorante sobre os dízimos do Antigo Testamento. Não diga que eram só de alimentos para sustentar os levitas, ou acharão que só devem levar cestas básicas para você. E nunca, jamais, leia Deuteronômio 14 com o povo. Ali o dízimo era para os pobres, e não para a administração dos ofícios religiosos. Esse texto é um perigo, rasgue-o da sua Bíblia se puder;

4) Também não leia textos onde se condena o sacrifício (feito de dízimos e ofertas) e o Templo em geral. O seu povo deve confundir essas coisas, achar que o que você faz é obedecer às leis de Deus. Se notarem que as leis perderam seu valor há milênios o deixarão. Assim, não discorra com profundidade sobre os dez mandamentos, pois você apoiará o dízimo mas não seguirá o sábado, o que cá entre nós, não faz nenhum sentido. E cuidado para não dizer que temos que dar valor ao Antigo Testamento, ou tal erro o forçará a se circuncidar para ter direito ao dinheiro dos outros. Fale de tudo isso superficialmente para que ninguém note a escolha conveniente que faz pelo dízimo dentre toda a lei judaica que desprezamos.

Caso você cometa erros e o povo note que não precisam dizimar nada, poderá ainda apelar para a mutualidade. Mas nesse caso você está perdido, pois só lhe darão o necessário para as reais necessidades, e pior, você terá que oferecer satisfações dos seus gastos mensalmente com transparência, e ser realmente justo dando todo excedente para obras sociais. Isso é o mesmo que fracassar.

9o Mandamento: Evite as Obras Sociais

Já que falamos sobre o assunto, convém orientar-lhe também sobre como não desperdiçar seu dinheiro em caridade. Fale de salvação somente, e condene “esse mundo aí de fora”. Se as pessoas estão sofrendo e alguém se compadecer, que orem por elas, mas que levem seu dinheiro para você. Ou seja, faça-os crer que só a vida depois da morte é importante, e que se o mendigo crer, não tem problema ele passar fome. Para isso, leia textos como Marcos 14.7, que diz que os pobres sempre estarão por aí, e que é melhor fazer tudo por Jesus (isto é, por você).

Cuidado: Certamente alguém vai cedo ou tarde lhe cobrar alguma atitude em relação às pessoas necessitadas. Sei que isso é desagradável, mas não pode expressar suas reais intenções. Então, terá que enganá-los com alguma ação social. Para não ter prejuízos, convide pessoas para trabalhar pelos outros arrecadando comida, roupa etc. Eles devem pedir, arrecadar, e dar o que conseguiram, assim ficam felizes e os demais pensam que você, que na verdade só apoiou em palavras, está fazendo alguma coisa pelo bem da humanidade.

Uma vantagem que temos nessa área é que a partir de Paulo os cristãos ritualizaram a ceia de Jesus gradativamente, e hoje nossa vida ficou mais fácil por não termos mais que dar janta pra ninguém. Dê-lhes a cada mês ou dois uma migalha de pão e um gole de suco de uva em nome de Jesus e mande-os jantar em casa.

10o Mandamento: Faça o Grupo Fechar-se às Influências Externas

Já dissemos que todo conhecimento pode trazer riscos ao nosso programa, mas para fechar ainda mais as portas para possíveis influências externas negativas, vamos a mais alguns conselhos:

1) Primeiro, invente algum mandamento em que os membros do seu grupo não podem se relacionar amorosamente com pessoas de fora. É difícil apoiar isso na Bíblia, mas o faremos. Use textos do Antigo Testamento em que se proibia casamentos com estrangeiros, sem mencionar, é claro, que grande parte desses textos preconceituosos possui interesses políticos e não religiosos. Dos de fora, nós só queremos os despojos... Faça assim os pais acreditarem que seus filhos correm o risco de ir para inferno se não se casarem e não se reproduzirem dentro do grupo;

2) Em seguida diga que todas as outras formas de religião são enganosas. Faça isso de forma agressiva, leia textos ridículos de outras religiões (mas omita os da sua), dê ênfase aos crimes cometidos contra crianças por pais de santos, na crueldade dos homens-bomba, recorde os padres pedófilos... É preciso assim, pelo medo, evitar até mesmo as amizades externas dos membros, ou eles perceberão que em toda religião há uma lógica benéfica tão boa e tão enganada quanto a nossa, o que tiraria seu direito de ser o dono da única verdade do universo;

3) Por fim, crie atividades supostamente importantes para praticamente todo o tempo livre das pessoas. Evite assim que pensem em outras coisas, que assumam outros compromissos, que se envolvam em coisas mais interessantes. Se você lhes der tempo, vão encontrar outra vida melhor, e virão até você apenas de vez em quando. Eles precisam crer que precisam de você, como se você lhes desse “cobertura espiritual”, sendo o verdadeiro intermediário entre Deus e os homens.

CONCLUSÃO

Você deve ter notado que esse manual foi escrito com base na observação de outros exploradores bem sucedidos na arte de manipular multidões com a Bíblia. Esses conselhos são, portanto, perfeitamente praticáveis, facilmente assimiláveis, e o sucesso do programa é atestado pela prática de muitos outros. Lembre-se que alguns dos homens que nos inspiraram alcançaram verdadeiras fortunas, são famosos internacionalmente e serão honrados por gerações. O que vimos é simplesmente uma coleção de mandamentos para facilitar sua busca por auto-satisfação, e não a criação de algo novo.

Caso você tenha problemas com as irrelevantes questões éticas, é melhor descartar este manual do que praticá-lo parcialmente. Se quiser dar uma de bonzinho, ajudar as pessoas e usar o texto bíblico honestamente, basta fazer exatamente o contrário daquilo que ensinamos. Todavia, serás eternamente pobre, sem honra, sem glória... Aceitaria pagar esse preço?

Agora que acabamos, desafio você a agir conforme esse programa e não encontrar gente que se deixe enganar. Eles estão em toda parte, esperando que você faça exatamente o que acima vimos. Não se acanhe, eles ainda se sentirão felizes pela opressão imposta e o agradecerão.


Autor:Anderson de Oliveira Lima
Mestrando em Ciências da Religião e Especialista em Bíblia pela Universidade Metodista de São Paulo, Bacharel em Música e professor de violão e teologia. Escreve artigos acadêmicos e reflexões sobre temas relacionados à literatura bíblica, os quais são publicados e divulgados pela internet e outros meios de comunicação.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Igreja Cristã virtuosa; quem a achará? (DO)

1) Introdução.


Não tenho intenção de achar a igreja “ideal”, pois esta não existe; mas apontar, de maneira isenta, para aquela que tenha as características que a meu ver, mais se aproxima das palavras de seus primitivos idealizadores, e manifestar o meu desejo, mesmo que subconsciente, de encontrar uma igreja mais próxima da Verdade. Isso está sendo uma utopia para mim.

Cristo não deixou nenhum modelo de organização religiosa; pelo contrário, desfez, atacando p’ra valer o existente em seu tempo de encarnação. Tudo o que existe veio depois de sua morte e ressurreição. Ao longo dos séculos, a chamada igreja cristã sofreu, por intervenções humanas, todas as transformações possíveis, até chegar nos modelos atuais.

A partir do Pentecostes, a Igreja passa a ser dirigida pelos “Pais da igreja”; homens que receberam as instruções diretamente de Cristo e as passaram para a primeira geração de discípulos de mestres humanos.

Na época dos apóstolos, as comunidades cristãs eram locais e independentes, unidas apenas na fé em Cristo e seu evangelho. Sua liderança era composta pelo Espírito Santo que capacitava os líderes locais a conduzir as respectivas comunidades a difundir com intrepidez o reino de Deus. Um bispo, diáconos e um número limitado de anciãos compunham a liderança local, sem subordinação ou dependência entre as igrejas e as comunidades cristãs. Portanto, as comunidades compartilhavam apenas uma unidade espiritual. Muitos cristãos consideravam desnecessárias as igrejas como instituições organizadas. Enfatizavam que somos todos “irmãos em Cristo” e não precisamos das estruturas orgânicas das igrejas. Depois da primeira metade do século II a ênfase começou a recair sobre a consolidação da igreja. Muitas heresias começaram a disseminar-se na igreja. Face ao relaxamento que começou a verificar-se, e ao processo espontâneo de auto consolidação, a igreja começou a hierarquizar-se. Os bispos, que haviam sido responsáveis (administradores) da comunidade local, começaram a despontarem-se como sacerdotes monárquicos. Isto levou ao surgimento da estrutura hierárquica da igreja, isto é, um sistema em que o corpo sacerdotal é dividido em ordens, cada um subordinado a outro acima dele. Bispo, diáconos e anciãos começaram a serem vistos como ministérios subalternos (hierarquia) e a maioria dos crentes como simples leigos (povo). (História da Igreja, por Zakeu A. Zengo).

Este texto não trata da verdadeira Igreja de Cristo, organismo vivo, que está na terra; pois esta, necessariamente não tem lugar certo de adoração; pode estar em nosso quarto de dormir, com a porta fechada. Trata-se das organizações religiosas mesmo!

Muitas vezes saímos, dos términos dos “cultos domingueiros” com aquela velha impressão indecifrável: o que estamos fazendo aqui? O pior é que todo domingo precede uma segunda feira!

Talvez nosso erro seja querer o reino de Deus somente dentro dos templos feitos por mãos humanas e um pouco do “divino” na carne dos pregadores. Talvez queiramos somente o que é atraente: a mensagem da igreja (instituição religiosa) e de seus representantes, na ilusão de conseguirmos suportes financeiros e sucessos na vida social e familiar. (levar tudo o que possuímos e o que somos para o céu).

Na verdade não sei exatamente o que busco, mas com certeza sei com mais exatidão o que não busco.

Porventura procuro eu agora o favor dos homens, ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. Gálatas 1:10.


2) Procuro uma “igreja cristã” que não tenha “donos fundadores”.


O que mais existe hoje são os “donos fundadores de igrejas”, que de igreja, nem nome têm mais, “ministérios”, “comunidades”, “movimentos”, e tantos outros nomes de fantasia mercadológica. São todas originariamente semelhantes: saem de outras igrejas em que os seus fundadores brigaram com os fundadores de lá, e para fazer jus ao brocardo: “dois bicudos não se beijam”, um, “seca” o outro e praticamente o expulsa. Para mostrar ao seu desafeto, o expulsado leva consigo seus “correligionários”, e mostrará ao expulsor, que é capaz de montar um “movimento” ainda maior, e assim nasce mais uma “igreja neopentecostal!”. A cada briga de “bicudos”, quase sempre surge uma nova igreja e a cada nova igreja; novas formas de se fazer “evangelicalismo”.

São igrejas economicamente bem sucedidas. Aliás, no Brasil existe algumas classes quase sempre diferenciadas, em termos de “prosperidade financeira”: políticos corruptos e seus bajuladores; empresários corruptores; banqueiros; donos de escolas particulares e donos fundadores de igrejas. É lucro certo!

As mega igrejas dispõem de serviços de propaganda muito poderosos. Gostam de lidar com pessoas melhores instruídas, mas crianças ingênuas na Palavra e sem discernimento espiritual; são os “velhos Nicodemos” que ainda não nasceram da água e do espírito, mas continuam sendo “bons religiosos”. Porém a maioria é de pobre em todos os sentidos, que querem se livrar da dificuldade financeira a todo custo e os “pastores, bispos e apóstolos” são as suas tábuas de salvação. Quem passa por dificuldade financeira é discriminado, incrédulo e infiel na lei dos dízimos; estes devem fazer as famosas “campanhas” e “correntes” da prosperidade. Todos têm de mostrar prosperidade, mesmo se não a tiverem, como numa grande companhia de teatro macabro.

A disciplina do “oficialato” é tão severa e hermética quanto num quartel do exército e a hierarquia, mais impenetrável que este. São os senhores do poder, os donos da verdade, os infalíveis e inacessíveis sacerdotes.

Não precisamos de “heróis religiosos” e “intermediários de Deus na terra”; isso só existe em cabecinhas de crianças e adolescentes na fé.

O “apóstolo moderno” anda num carro importado de luxo; viaja muitas vezes ao estrangeiro, disputando espaços no avião, com os grandes empresários. Comanda todos os negócios do setor de comunicação, compras de rádios, programas de televisão, imóveis e transações comerciais etc. Seus salários são estipulados por eles mesmos e representam muitas vezes mais de setenta salários mínimos e o pior é que sabem de muitos irmãos que estão a passar dificuldades para sustentá-los! Não é difícil entender Mateus 7: 21/23: Nem todo o que diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais iniqüidade.

Os espaços de reuniões (templos) devem ser bem grandes e luxuosos, para que caibam milhares de seletas pessoas muito bem confortáveis.

Têm o velho testamento, como os seus principais argumentos de que um cristão é obrigado a “ser e parecer” um bem sucedido homem ou mulher de negócios, e sempre investirá nisso, tendo a igreja e os “pastores” como os principais “suportes”; uma espécie de assessoria e consultoria econômico-financeira-religiosa.

Como não gosto de visitar “propriedades particulares”, a não ser de pouquíssimas pessoas; então não me sinto bem num lugar desse. Com toda a tranqüilidade, tenho certeza absoluta de que esta não é a “igreja virtuosa” que procuro; aliás, uma igreja que me ofereça somente as coisas deste mundo, é a “mais pobre de esperança” que poderia achar e seria o mais infeliz dos homens se me contentasse com o que eles oferecem. O ministério de Cristo na terra foi bem diferente deste glamour que vemos nessas grandes organizações; é só conferir!

Vocês dizem: somos ricos, estamos bem de vida e temos tudo o que precisamos. Mas não sabem que são miseráveis, infelizes; nus e cegos. Apocalipse 3:17. (igreja de Laudiceia).

Pois muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu vos dizia, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; o destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia; visto que só se preocupam com as cousas terrenas. Filipenses 3: 18/19.


3) Procuro uma “igreja cristã” que não tenha “manda-chuvas”.


O novo testamento nos ensina que liderar a igreja, não é o mesmo que liderar uma Empresa ou qualquer outra instituição secular. Nem, todos têm essa capacidade; isso não vem do homem. A igreja é um corpo comandado somente por uma cabeça, que é Cristo. E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja. Efésios 1:22.

Em nenhuma parte do novo testamento, identifiquei alguém que me fizesse entender que seria “o grande chefe ou líder” de alguma igreja. O homem mais indicado para isso seria o grande “plantador” de igrejas, o apóstolo Paulo; mas segundo as suas mensagens, isso fica muito distante de suas intenções.

Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculos ao mundo, tanto a anjos, como a homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós nobres e nós desprezíveis. Até à presente hora sofremos fome, e sede, e nudez, e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as próprias mãos. I Coríntios 4: 9/12.

Toda deliberação deve ter a “cara” de Jesus, o órgão pensante e decisório da igreja; caso contrário, alguém, percebendo isto, deve se manifestar contra qualquer intenção humana.

As instruções do apóstolo Paulo são bastante claras e percebemos bem o seu conceito do “ser apóstolo”: era um trabalho de pura doação, sacrifícios e voluntariado. Queria a todo custo, manter a Igreja num nível de satisfação muito acima do seu próprio; em linguagem popular, levava a Igreja às costas. Algo muito diferente do que vemos agora, com os chamados “apóstolos modernos”, que são “carregados” pelos bajuladores de plantão como heróis e salvadores da pátria.

Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. I Pedro 5: 1/3.


4) Procuro uma “igreja cristã” que não tenha uma pessoa somente na liderança.

E, promovendo-lhes em cada igreja a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. Atos 14:23.

No novo testamento não há menção de que uma pessoa somente liderasse uma igreja. Como pôde isso se tornar uma regra geral, se não é bíblico? Sempre, quando se mencionava a liderança em determinado lugar, estava sempre no plural. E mesmo nos grupos de líderes, não há menção de um “líder dos líderes”. Baseado nisto, vejo que quanto maior (em número e qualidade) a liderança; melhores serão os trabalhos realizados, pois haverá mais e melhores conselhos e evitaremos “polarizações” ou disputas de preferências de líderes.

Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Atos 20:28.

Devemos ter cuidados para não ficarmos à mercê de uma pessoa, que aos poucos quer introduzir suas idiossincrasias e interesses pessoais, com manobras e manipulações na congregação, visando se “perpetuar no poder” e no seu cargo remunerado.

Meus irmãos, eu afirmo a vocês que o evangelho que eu vos anuncio não é uma invenção humana. Eu não recebi de ninguém, e ninguém o ensinou a mim, mas foi o próprio Jesus Cristo que o revelou a mim. Gálatas 1:11/12.

Este é o tempo em que existem muitos mestres “segundo os seus próprios desejos”. Contratam esses “mestres” para ouvir somente coisas agradáveis ou aquelas que querem ouvir. Não temos que ir à igreja para ouvir o que eles desejam para si; mas estamos somente atrás das “palavras de vida” vindas de Cristo.

Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. II Timóteo 4:3/5.

Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo. Colossenses 2:8.

Não devemos esquecer as instruções de Paulo em I Timóteo 3:2: É necessário, pois, que o bispo seja... apto para ensinar. Não adianta muitos líderes, se estes não se empenharem numa instrução fidedigna da Palavra. Deve-se, na igreja, sempre incentivar e instituir o costume de estudar e pesquisar a Bíblia, não somente à liderança, mas principalmente aos incautos, para que estes não fiquem “se escorando” e dependendo em tudo da liderança e que possam caminhar com as suas próprias pernas. A responsabilidade das coisas espirituais é pessoal.

Não havendo sábios conselhos, o povo cai; mas na multidão de conselhos há segurança. Provérbios 11:14.

As pessoas precisam compartilhar a Palavra. Precisamos externar para alguém o que compreendemos e se o que entendemos, “bate” com o que os outros aprenderam. Quantos passam décadas numa igreja, ouvindo somente uma pessoa? Chega-se a um nível tal que no qüinquagésimo sermão de uma mesma passagem em que ele vai pregar, já se sabe das suas “palavras de efeito” e de todos os exemplos de seus amigos e de sua família até a quarta geração! Isso é perda de tempo!

Numa igreja onde há somente um líder, quantas vezes ele sobe ao púlpito por pura obrigação, ou profissionalismo quando é pago? Simplesmente porque somente ele é que prega!

Sendo o líder, um ser humano, logicamente haverá muitas ocasiões, em que não estará preparado para proferir nenhum sermão ou qualquer tipo de aconselhamento. Será ele quem precisará de uma palavra de ânimo, orientação, conselho, admoestação etc. Ninguém é infalível! Quantos exemplos escandalosos de líderes! Por quê? Porque estão sozinhos. Colocam-no num pedestal imaginário de infalibilidade em que não recebem nenhum conselho ou suporte psicológico; são pagos somente para ajudar os outros e quando erra, o povo cai matando em cima dele! Já vi muitos pastores caírem em suas tentações, justamente porque estavam num pseudo nível espiritual que não podiam suportar mais.

Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria. Colossenses 3:16.

5) Procuro uma “igreja cristã” que não haja ninguém que tenha qualquer privilégio.

Segundo a grande analogia de Paulo em I Coríntios 12:12/27, sobre a diversidade dos dons espirituais, somos todos membros do corpo de Cristo. Não há um membro mais importante que o outro; todos têm as suas importâncias dentro deste corpo. É todos por um e um por todos; todos os membros trabalham e nenhum fica parado ou não há nenhum membro que trabalhe por todos ou mais que os outros. Em Cristo, temos de ser uma unidade perfeita ou então não somos corpo de Cristo!

Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos, são necessários, e os que parecem ser menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos; revestimos de especial honra. Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso (...) I Coríntios 12:22/24.

Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo; quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. I Coríntios 12:13.

É comum ouvirmos dizer que em determinada igreja, quem viaja para participar de conferências, principalmente no exterior ou no litoral onde existem bonitas praias, são os da família da liderança. A melhor oportunidade de fazer um curso promovido pela igreja; adivinha que vai? O filho do pastor fundador. Se a igreja “precisa” de um jovem para se candidatar a um cargo político; quem vai? Os melhores horários de apresentação de cânticos no culto, quem domina? As famílias de melhor poder aquisitivo da igreja! Quem é mencionado mais vezes ao microfone pelo pastor? Serão aqueles que têm os menores “dízimos”?

Se em uma igreja existe alguém ou uma família, principalmente a liderança, que está obtendo qualquer vantagem, posso dizer sem medo de errar que este corpo não é o de Cristo; não quero participar dele, nem ser um membro seu!

6) Procuro uma “igreja Cristã” que “não pague” ninguém para pregar.

“Ninguém, em nenhum lugar da Acaia, tirará de mim este orgulho de anunciar o evangelho sem cobrar nada” (Paulo de Tarso).

Genericamente, o novo testamento nos diz que não é conveniente uma pessoa fazer do evangelho, uma “fonte de renda” para si e sua família. Isso, a meu ver, mudaria aquele conceito do corpo de Cristo, em que todos os órgãos são importantes em suas funções; não ficando as tarefas concentradas somente numa pessoa, que na obrigação profissional, desempenha as funções que deveriam ser feitas por todos. Terão os pastores, pastoras, bispos, bispas, apóstolos e apóstolas modernos, mais galardões para apresentar naquele dia? Porque realmente trabalham muito! Todos nós, teremos de prestar contas individualmente perante Cristo. Será que alguém desses estará lá para nos defender?

Quando anunciei a vocês a boa notícia de Deus, fiz isso completamente de graça. Eu me humilhei para engrandecer vocês. Será que houve algum mal nisso? Enquanto estive trabalhando entre vocês, fui pago (recebi ajuda) por outras igrejas. Por assim dizer, eu estava roubando delas para ajudar vocês. E, durante o tempo em que estive com vocês, quando precisava de alguma coisa, não incomodava ninguém; pois os irmãos que vieram da Macedônia me trouxeram tudo o que eu precisava. O que aconteceu no passado e acontecerá no futuro é isto: eu nunca exigirei que vocês me ajudem. Pela verdade de Cristo, a qual está em mim, eu garanto que ninguém, em nenhum lugar da Acaia, tirará de mim este orgulho de anunciar o evangelho sem cobrar nada. II Coríntios 11:7/10. (nova tradução da linguagem de hoje)

Aparecem: regalias, mordomias, disputas internas e, claro, a busca sempre, por uma melhor (no sentido econômico) igreja; um maior salário; uma melhor cidade; uma melhor escola para os filhos; uma melhor faculdade para a esposa terminar o seu curso etc. A “teologia” dessas igrejas é uma série de “adaptações” feitas pelo líder, durante todo o tempo de seu contrato. Outra preocupação, é que esse “líder único”, sendo um empregado da igreja, estará sempre preocupado em “mostrar serviço” para os “homens” da congregação, distanciando-se cada vez mais de Deus em favor de seu ganha pão e qualidade de vida de sua família, o que em outros contextos seria muito normal. É o capitalismo exercido pelo clérigo, misturado à busca das necessidades espirituais da congregação. Depois de cada reeleição do líder (geralmente são reeleitos), existem os descontentes; aqueles que o queriam bem longe da igreja; agora terão de aturá-lo por mais um longo mandato. O evangelho do reino fica “laivado” pelo evangelho de atitudes sociais e profissionais; não tem nada a ver; é uma anomalia na igreja! A mensagem do evangelho torna-se apenas “boas receitas do bem viver”, com uma frivolidade espiritual total. Desculpem aqueles que, no sentido moderno, “vivem do evangelho”; vocês sabem do que estou falando.

O conceito de “salário”, para o apóstolo Paulo, estava voltado para o sustento; mantimento; e ajudas de envio de primeiras necessidades às pessoas que estavam fora de seu domicilio (viagens), o que eu acho muito justo. Nem sempre Paulo recebia doações e às vezes passava necessidades; isso indica que não havia um “contrato de trabalho” com aquelas igrejas. Afirmava sempre, que trabalhava duro para se sustentar e a seus colaboradores. Tinha uma profissão certa, como todos os homens devem ter.

E (Paulo) acabou ficando ali para trabalhar com eles, porque a profissão de Paulo e a deles era a mesma, isto é, fazer barracas. E todos os sábados ele falava na sinagoga e procurava convencer os judeus e os não-judeus. Atos 18:3/4.

Não digo que uma pessoa seja “proibida” de receber salários da igreja; se uma igreja quer e pode pagar, que pague, mas afirmo que é muito inconveniente e procuro uma que não tenha esses privilégios e anomalias; acho que temos esse direito, para o nosso bem espiritual.

Então, quem é que capaz de realizar um trabalho como esse? Nós não somos como muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus como se estivessem fazendo um negócio qualquer. Pelo contrário, foi Deus quem nos enviou, e por isso anunciamos a sua mensagem com sinceridade na presença dele, como mensageiros de Cristo. II Coríntios 2:17. (nova tradução na linguagem de hoje).

7) Procuro uma “igreja Cristã” que não “engarrafe” a Palavra.

Cristo, em sua humanidade, era de diálogos abertos; sempre estava pronto para responder às perguntas de qualquer pessoa e quase todas as suas explanações eram originárias de perguntas que lhe faziam. Não há uma melhor maneira de saber o nível de aproveitamento do ouvinte, senão pelos seus questionamentos. Ficar calado, nem sempre significa consentir com tudo o que se ouve. Quantas igrejas existem, em que o questionar é algo tão assustador como pedir aumento de salário a um chefe bravo!

Ainda existe um pouco de medo da “fogueira da inquisição” da idade média! Por incrível que pareça, ser chamado de incrédulo, endemoninhado, possesso, carnal, excomungado etc são as grandes fobias dos crentes ainda hoje! E muitos daqueles que estão com o microfone e debaixo dos holofotes, gostam de humilhar alguns mais corajosos, quando estes fazem perguntas que vão de encontro aos seus interesses pessoais!

Semelhantemente à cultura do Islão, existe uma cultura do “não questionar” na igreja cristã. Segundo o escritor sociólogo, Moisés Espírito Santo em seu livro “Os Mouros Fatimidas”, página 107: “as divergências das minorias só poderão exprimir-se sob a forma de heresia. Toda a divergência política ou cultural assume a forma de heresia. Todos os sectários têm isto em comum: aderem ao princípio segundo o qual a religião não é mais do que a obediência a um chefe e em função disso encontram uma interpretação alegórica para toda a prescrição da lei religiosa”.

É comum observarmos em quase todas as igrejas, redutos de doutrinas, regras de fé, teologias e costumes fabricados lá dentro, para serem enclausurados em seus templos, à semelhança dos mosteiros. Forma-se verdadeiros mestres dessas “escolas particulares de interpretações”. A verdade do Evangelho se fragmenta em inúmeras verdades. A partir do momento em que se “invente” uma novidade doutrinal, todos se dispõem a defendê-la, como a partidos políticos e times de futebol. Cada qual se diz dono da sua verdade e aí daquele que se atreve a contestá-la!

Pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de Deus não está algemada. II Timóteo 2:9.

8) Procuro uma “igreja cristã” que “Viva” somente no segundo sacerdócio.

O cristianismo nasceu com os judeus. Os primeiros cristãos eram judaizantes; uma casta de profundas influências, costumes e tradições que trouxe muitos atrasos à disseminação do evangelho após o pentecostes. Prova disso, é a grande luta do apóstolo Paulo com os gálatas, por volta do ano 55 AD: Recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Gálatas 3:2. A tradição judaica estava falando mais alto que a pregação da fé. O escritor aos Hebreus gasta todo o seu tempo para convencê-los de que a revelação cristã é superior à velha aliança; e isso se deu por volta do ano 68 AD.

“Ora, o primeiríssimo cristianismo se congrega em boa parte da fala aramaica e a Igreja primitiva permaneceu por muito tempo seriamente comprometida com a sociedade judaica.” (História da Igreja, por Zakeu A. Zengo).

O velho testamento é muito atraente! Todos os homens “abençoados” eram bastante ricos e respeitados. A punição era imediata para quem ousasse contra os “ungidos”. Não ser judeu naquela época, era o mesmo que ser índio em filmes americanos. Riquezas eram sinônimos de bênçãos, que eram mensuradas pelas cabeças de jumentos, ovelhas, bois, camelos, escravos, mulheres e concubinas. Tudo isso constitui aquilo que o homem sempre procurou: riquezas; egoísmo; orgulho; poder; influências; autoridade; reconhecimentos; suntuosidades e tudo que pertencente ao mundo e à carne.

No novo testamento não há nada disso; Cristo foi passiva e covardemente assassinado porque ameaçava “os esquemas” dos religiosos da época, pregando somente a vitória pelo amor e os desprendimentos desta vida terrena. Como prova de ab-rogação e mudança total da antiga lei, Ele dizia: Ouvistes que foi dito (na velha lei), eu porém vos digo.

Os apóstolos foram anti-heróis e viraram mártires. A maioria dos crentes eram pessoas pobres, humildes, cegos, coxos e leprosos. Mateus 11:3/5. Há coisa mais repulsiva que amar os nossos inimigos? E o ensinamento do “não acumular riquezas”, em regime capitalista?

Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele; tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. I Timóteo 6:7/8. Há atração em todos esses paradoxos do evangelho?

Procuro uma igreja que viva justa e somente no segundo sacerdócio (de Cristo). Que não faça do velho testamento um verdadeiro “canivete suíço” de utilidades para aplicação na igreja, de fatos e exemplos que muitas vezes são totalmente estranhos, e de parcos conteúdos históricos.

Procuro uma igreja que não tenha costume de “ir buscar” nenhuma lei do velho testamento ou costume proveniente dela, para aplicá-la como solução de algum problema para os indivíduos e para a igreja. Devemos saber que se tentarmos guardar um só ponto do livro da lei, involuntariamente declaramos que Cristo não morreu por nós e desta forma lançamos fora a obra de Cristo.

Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar (etc.), Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar (etc.), que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. Gálatas 5:2/4. (guarda-se todas as leis ou não se guarda nenhuma).

A igreja deve ter consciência do tempo bíblico em que está vivendo e isso é tarefa de seus líderes. Se estes colocarem-na em um tempo que não é o dela; suas intenções serão meramente humanas. Não sejamos tão ingênuos!

É vontade de Deus Pai, que nos contentemos somente com o segundo sacerdócio de Seu filho.

Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. Hebreus 10:9/10.

9) Por que procuro uma igreja melhor?

Não saio fisicamente a procurar nenhuma igreja melhor; isso está em meu inconsciente há muito tempo. Não sou inimigo de nenhum líder religioso, nem briguei com nenhuma denominação. Todos estamos a procura de coisas melhores para nós; isso é algo salutar e necessário. Temos de progredir em todas as áreas de nossa vida. Na área espiritual, temos de nos mover também em direção progressiva, para frente e para o alvo que é Cristo.

Quanto mais examino Cristo e seu evangelho, mais me distancio destes conceitos modernos e ultra-retrógrados veterotestamentaristas de igreja cristã. Não sou melhor que ninguém e todos aqueles que se dispõem, a aprender mais e mais a Palavra, sem querer “terceiriza-la”, estão do meu lado, tenho certeza disso.

Quero ressaltar que existem algumas organizações próximas do ideal, porém ainda com algumas falhas do homem, que precisam ser concertadas. Espero que avancem ainda mais.

Conferir na bíblia, se o que estão dizendo é verdade; e não há nenhuma segunda intenção; é uma questão de sobriedade, prudência e inteligência.

Enquanto não compreendermos que a responsabilidade é individual e pessoal, não mudaremos o que estão fazendo com a Igreja de Cristo e os detentores dos poderes religiosos dançam de alegrias às custas dos incautos da Palavra. Isso é discernimento espiritual; então é coisa do Espírito. Busquemo-lo.

10) O movimento dos “sem igrejas” rumo à palavra original.

Há no Brasil, não sei se no mundo, o fenômeno dos “sem igrejas”. Não são pessoas incrédulas, desviadas ou em pecado. São pessoas inconformadas com os rumos tomados por suas igrejas; decidiram desligar-se ou foram praticamente excomungados de suas instituições, por discordarem das intenções humanas no corpo de Cristo. Como o homem é gregário por natureza, inevitavelmente este grupo está se juntando, não para fazer surgir mais uma igreja (igreja dos sem igreja, ou igreja sem placa), mas querem voltar ao Pentecostes e à pregação de Cristo e dos apóstolos. Espero que saibam como recomeçar tudo de novo. Diálogos fechados, centralizações egoísticas, sectarismos e tantos outros vícios comentados acima, devem ser evitados. A principal intenção é identificar os erros através da história da Igreja e voltar à Palavra original, sem que para isso haja os Esdras e os Neemias modernos. Espero que seja realmente uma verdadeira restauração e avivamento espiritual, talvez como preparação para a volta de Cristo e não o começo de mais um novo ciclo, em que a mão do homem vá prevalecendo progressivamente. Que Cristo cresça e o homem desapareça!



David de Oliveira – outubro de 2005.

A Prática do Dízimo na Igreja

Embora as tradições judaicas impusessem a Israel a prática do dízimo, entre os cristãos dos primeiros séculos prevalecia a consciência de que o Evangelho havia levado à consumação as obrigações rituais e disciplinares da Lei de Moisés, colocando o definitivo em lugar do provisório.
Os pastores da igreja primitiva, portanto, não determinavam ao povo o pagamento do dízimo.
Todavia, a antiga literatura cristã registra exortações dirigidas pelas autoridades eclesiásticas ao fiéis, no sentido de oferecerem algo de seus haveres ou das primícias de suas colheitas aos ministros do Senhor e aos irmãos necessitados, a fim de os sustentar. Tais doações seriam espontâneas na fraternidade de Cristo e não em pesares previamente determinados.
Um dos principais testemunhos a respeito é o da Didaqué (60/90 d.C): “Todo verdadeiro profeta que quer estabelecer-se entre vós, é digno de seu alimento… Por isso tomarás primícias de todos os produtos da vindima e da eira dos bois e das ovelhas e darás aos profetas, pois estes são os vossos grandes sacerdotes. Se, porém, não tiverdes profetas, dai-o aos pobres…
Do mesmo modo, abrindo uma bilha de vinho ou de óleo, toma as primícias e dá-as aos profetas.
E toma as primícias do dinheiro, das vestes e de todas as pessoas e, segundo o teu juízo, dá-as conforme a lei”. (c. XIII).
Note-se que no texto assim transcrito se trata de primícias e não de dízimo.
São Irineu (130-202 d.C) considerava o dízimo abolido; em seu lugar teria entrado o conselho evangélico de dar os bens aos pobres ( Adversus Haereses IV 13,3).
Outro documento importante, de normas eclesiásticas, a Didascália (250/300 d.C) , diz: “Reconhece ao bispo o direito de se alimentar do que a Igreja recebe, como faziam os levitas do Antigo Testamento, desde que o bispo tome o cuidado de prover a necessidade dos diáconos, das viúvas, dos órfãos, dos indigentes, dos estrangeiros” .
Todavia, dirigindo-se aos fiéis, o mesmo texto diz: “O Senhor vos libertou… para não estardes mais presos aos sacrifícios, às oferendas… e também aos dízimos, às primícias, às oblações, aos dons e aos presentes; outrora era absolutamente necessário dar essas coisas. Mas já não estais obrigados por tais determinações. Por isto, na medida em que o puderdes, terás o cuidado de dar”.
Como se vê, este texto tenciona ressalvar, de um lado, a liberdade dos cristãos em relação à Lei de Moisés e, de outro lado, a obrigação de justiça e caridade que lhes incumbe em relação aos ministros e ao próximo.
Descendo no decorrer do tempo, vai-se notando maior rigor nas exortações feitas em favor das contribuições dos fiéis.
Em 380, as Constituições Apostólicas, compiladas na Síria, mencionam o pagamento do dízimo (em seu sentido geral, provavelmente). Este era entregue ao bispo, o qual se encarregava da justa distribuição: serviria aos ministros do culto e aos irmãos indigentes.
A prática de contribuir para cobrir as necessidades da Igreja ia se difundindo no Ocidente. Havia, porém, exceções da parte dos contribuintes.
Em vista disto, os Concílios Católicos foram intervindo nesta circunstância. O Sínodo Regional de Tours (Gália), em 567, promulgou, por exemplo, a seguinte determinação: “ Instantemente exortamos os fiéis a que, seguindo o exemplo de Abraão, não hesitem em dar a Deus a décima parte de tudo aquilo que possuam, a fim de que não venha a cair na miséria aquele que, por ganância, se recuse a dar pequenas oferendas… Por conseguinte, se alguém quer chegar ao seio de Abraão, não contradiga o exemplo do Patriarca, e ofereça a sua esmola, preparando-se para reinar com Cristo”.
Esta é a primeira recomendação de dízimo feita pelos bispos, já não como pregadores ou doutores, mas como legisladores do princípios católicos. Contudo, note-se que não impuseram sanção aos transgressores. A justificativa apresentada pelo referido Concílio de Tours em favor dos dízimos, era a necessidade de expiar os pecados da população, sobre a qual pesavam guerras e calamidades.
Mais um passo foi dado no Concílio de Macon (Gália), em 585, determinando a excomunhão a quem se negasse a pagar sua contribuição (dízimos e ofertas) à comunidade eclesial. O dever moral torna-se também obrigação jurídica. A evolução se explica através das difíceis condições em que se achava o povo cristão (clero e fiéis) na Europa do séc. VI: as invasões bárbaras, a queda do Império Romano havia acarretado o caos e a insegurança entre as populações. Daí a necessidade de que os bispos exortassem com mais intensidade aos fiéis às contribuições.
A legislação das diversas províncias eclesiásticas nos séculos subseqüentes repetiu várias vezes a determinação do Concílio de Macon.
Dois séculos mais tarde, o poder cívil passou a apoiar a cobrança do dízimo, sob um edito do rei Carlos Magno (747-814), o que antes era apenas legislação eclesiástica, agora passava a ser uma sanção cívil. Com efeito, a lei capitular dita “de Heristal”, em 779, manda aos cidadãos franceses pagar o dízimo à Igreja, ficando o bispo encarregado de o administrar; os contraventores sofreriam a sanção imposta aos infratores das leis civis, ou seja, provavelmente a multa de 60 soldos.
Nos séculos seguintes, encontram-se numerosos documentos eclesiásticos e civis das diversas regiões da Europa que visam regulamentar a cobrança dos dízimos.
No século XVIII, o dízimo já havia caído no total desagrado dos fiéis cristãos. Com efeito, destinado a atender as paróquias e ao seu clero, os dízimos, em sua maior parte, iam beneficiar o alto clero e instituições estranhas ao serviço paroquial. Os grandes arrecadadores de dízimos eram prósperos (havia bispos e prelados diversos comandatários, ou seja, leigos que traziam títulos eclesiásticos quase exclusivamente para se beneficiar dos rendimentos respectivos), enquanto um grande número de presbíteros recebiam insuficientemente . Em suma, as quantias arrecadadas nos dízimos, não eram devidamente aplicadas aos fins estipulados, como o sustento as viúvas, órfãos e necessitados em geral ( Deuteronômio 26.12).
Voltaire (1694-1778) e outros filósofos pretendiam demonstrar que o dízimo não era mais necessário. Os magistrados, o baixo clero e os agricultores não suportavam mais pagar o imposto. Em conseqüência, inúmeros documentos foram enviados ao parlamento francês, pedindo ou a reforma ou a supressão dos dízimos.
A Assembléia Constituinte de França resolveu finalmente extinguir esse uso. Na noite de 4 de agosto de 1789, os deputados do clero renunciaram aos seus privilégios e, em particular, aos dízimos. Aos 21 de setembro de 1789, o rei Luis XVI (1754-1793) promulgou o decreto que declarava extinta o pagamento dos dízimos.
A nova legislação francesa estendeu-se às demais nações européias, de sorte que até 1848 foi abolida em todo o continente europeu, a cobrança dos dízimos; ficou apenas uma pequena porção da Itália sujeita a esse regime, até 1887.
Enquanto no Brasil, inicialmente, no tempo de colônia e Império, vigorava a contribuição do dízimo, cobrado e em parte administrado pelo Estado, então oficialmente unido à Igreja Católica. Quando do advento da República se deu a separação de Igreja e Estado (1889), viu-se a Igreja privada dos recursos materiais ordinários para o cumprimento de sua missão evangelizadora. Daí ter tomado maior vulto e importância o processo que, de modo geral, até hoje vigora, de se exigirem dos fiéis, por ocasião dos serviços religiosos e contribuições determinadas.
Conclusão
O dízimo não fazia parte da doutrina da igreja primitiva. Antes os próprios pais apologistas condenavam a prática, sob o argumento de o povo de Deus estar livre do jugo da Lei. Consequentemente, cada um ofertava à Igreja e aos necessitados conforme podia e de maneira voluntária, na mesma razão o qual o apóstolo Paulo pregava ( 2 Coríntios 9.7).
O dízimo somente passou a virar doutrina e obrigação no universo cristão a partir do Concílio de Macon, em 585. Determinação essa que veio influenciar a outras denominações cristãs posteriormente. E mesmo assim, o dízimo no cristianismo nunca foi exercido na sua finalidade integral, que seria auxiliar os ministros de Deus e os necessitados. Antes o imposto eclesial tornou-se apenas a mais importante arrecadação aos cofres das igrejas, para o sustento, principalmente, do alto clero.
Semente da Renovação
Bibliografia:
Excertos transcritos do Documento 8 – Estudos da CNBB
Adversus Haereses IV
Didascália
Didaqué
Wikipédia
scribd.com
aramaico.wordpress.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Manifesto - Pregando o evangelho aos "evangélicos" - por Carlos Clay

MANIFESTO I
Pensamento Jovem

Seria este o jejum que escolhi?(Isaias 58 :5-8)5 . Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?6 . Acaso não é este o jejum que escolhi? Eue soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo?7 . Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?8 . Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. E a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguardaEstou de luto em minha alma. Luto pelo meu povo, minha terra e meus irmãos. Este texto tem o objetivo de ser um manifesto, uma resposta ao que tenho visto e ouvido nas igrejas e nas ruas. Chega!

Não dá mais para, em nome do corporativismo evangélico, ser contrário ao evangelho. Não dá mais pra, em nome do “não julgar”, deixar com que a insensatez, a malandragem, a mentira e a ganância prosperem na consciência da igreja. Paulo não deixou com que os falsos apóstolos espalhassem suas “loquacidades frívolas” e nem permitiu qualquer dissimulação no corpo de Cristo.Chega! Nesses dias estive acompanhando a chamada “Conferência Profética” em Porto Alegre onde alguns “apóstolos” rasparam a cabeça em um ato profético em sinal de “vergonha” pelos pecados da nação. Não julgo aqui as intenções dos amados mas sim as conseqüências que essas insanidades trouxeram e trazem ao Brasil.Nunca, em nenhum lugar em todo o Novo Nestamento, se faz qualquer menção a atos proféticos para o resgate de qualquer cidade, região, localidade, país ou mesmo casa.Nunca!Nem Jesus, nem Paulo e nem qualquer outro apóstolo fez atos proféticos ou mencionou-os como requisito para cura dos povos.

Paulo, certa vez, fez voto e raspou a cabeça mas como sinal a ELE MESMO de que havia uma meta, um propósito diante de Deus que não poderia esquecer .O que estão fazendo é anular o sacrifício de Cristo, tornando-o insuficiente, expondo-o a ignomínia e crucificando de novo o filho de Deus. Jesus disse que o evangelho era e é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer. É o poder do evangelho (boas novas) que trás à consciência de todos nós que tudo já esta consumado. Então cessem as oferendas, as barganhas e tudo aquilo que sirva de mediador entre Deus e os homens. Não é possível que se continue com um discurso diferente da prática. Não é possível que ainda se continue a falar que Deus seja soberano e ensinar a potencializar o “poder” do diabo; não é possível que alguns deles continuem a dizer que Deus está afastado de nós quando Cristo já rasgou o véu e nos deu livre acesso ao Pai; não é possível que se gaste milhões todos os anos com ilusões chamadas de atos proféticos que são inúteis em seus efeitos e desviam o potencial da igreja dos reais problemas da nação.

A igreja está aprendendo a voltar ao ritualismo, às oferendas, ás barganhas, coisas essas abolidas em Cristo onde nem morte, nem vida, nem coisas do porvir, nem altura, nem profundidade, nem principados, nem potestades nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus que esta em Cristo Jesus nosso Senhor.NADA!!!Enquanto nossos neo-apostolos viajam de avião de lá pra cá, ou voam de helicóptero pra enterrar bíblias, ou andam com seus carros de luxo para cometerem suas apostolices e alongam seus filactérios demonstrando sua "justiça" aos homens, o Brasil que eles não conhecem chora e geme. Sou do norte dessa nação, conheço o sofrimento dos ribeirinhos e sei, o que a última seca fez com a população dessa região. Já morei no nordeste e sei o que é ser sertanejo, lutando pra tentar salvar da morte, o quinto filho, após ver a morte dos anteriores.

Sei, o que é lavrar uma terra seca onde uma criança aprende a palavra fome, antes mesmo de mamãe.Atos proféticos não amarram potestades; atos proféticos não enchem a barriga de ninguém; atos proféticos não param com os homicídios; atos proféticos não acabam com os estupros; atos proféticos não resolvem a corrupção; atos proféticos não curam a nação. Se resolvessem Jesus seria o primeiro a faze-los. Por favor, parem!Essa nação não precisa de mais atos proféticos, precisa de atos concréticos(perdoem-me mais até o português sofre nessas horas). O que essa nação precisa é conhecer o evangelho. Nações muito mais idólatras do que o Brasil como a China e a Índia, crescem 8% ao ano sem esses subterfúgios.

O Japão, também um pais idólatra, cresceu e se tornou país de primeiro mundo ao investir em educação, cultura e integridade fiscal. O Chile, um país com cerca de 80% católicos, investe 7% do PIB em educação enquanto o Brasil apenas 5%. Dizer que a culpa da situação precária da nação é de “demônios” é desviar a igreja do seu real e necessário poder de atuação. Desde que os primeiros cristãos estiveram nessa nação, que oramos por esse país e, a oração do justo tem sua eficácia, mas atribuir a qualquer sucesso aos chamados “atos proféticos” é cair no engano e como bem disse Judas, são aproveitadores e bajuladores por motivos interesseiros.

Mas dirão alguns, que a culpa é dos governantes e que o papel da igreja é “espiritual”, a estes digo, não eu , mas Jesus em Mateus 25, versiculo 34:·quem tem fome necessita comer,·quem tem sede necessita de água,·quem está doente precisa é de oração, consolo, remédios e paz,·quem está preso necessita de amparo, socorro, justiça e amor,·quem esta nu, precisa de roupas,·quem esta ao léu necessita é de um teto,·quem esta deprimido necessita de um ombro, amparo, companheirismo e fé,·quem não tem família precisa de um lar,·quem não tem onde reclinar a cabeça, precisa de um ombro,·quem está sem luz, precisa da verdadeira luz que vindo ao mundo ilumina aos homens.

Parem!, por favor parem! Essa nação já sofreu demais, esse povo já foi muito iludido. Pelo menos desde 2000 que são feitos atos proféticos neste país e nunca reduziram o numero de seqüestros, nunca reduziram o numero de homicídios, nunca reduziram o numero de vitimas de violência contra crianças, nunca diminuíram a violência contra as mulheres.

Atos proféticos não evitaram a aftosa e nem evitará a gripe do frango, se chegar ao Brasil.O que esse povo precisa é do poder limpo que o evangelho produz. Sem marketing e sem as apostolices que enganam e desviam as pessoas do seu real papel como igreja e sociedade.

Ao invés de gastarem o que gastam para todos os anos jogarem vinho, pão e azeite em Porto Seguro, por exemplo, invistam numa melhor distribuição de renda. Ao invés de inventarem essas “unções” dos nobres, façam como já vi uma igreja fazer onde cada família “adotava” uma outra e lhe ajudava financeiramente, ensinavam as crianças que tinham dificuldade na escola, ensinavam-os a aplicar corretamente o dinheiro, etc. Isso sim poderá resgatar nossa nação, mas atos proféticos só iludem e desviam a igreja do poder que tem nessa nação, de chamar a todos para um evangelho sem barganhas e nem falsas promessas.

Por tudo isso e mais outras neo-ilusões que peço, em nome de Cristo...PAREM!

Carlos Clay
Um cristão brasileiro

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um pouco sobre musica!

Ainda não postei sobre musica, mas na verdade eu amo musica mas fico sempre resabiado em postar algo sobre musica, pois a maioria fala de experinecias pessoais como Pai e outras tantas de promessa, vitoria, pisar na cabeça do diabo e etc., mas pouco se ve sobre Salvação e agora as 03:15 da manhã aqui no meu isolamento pastoral me recrdei dos velhos e bons tempos de jovem na IEQ Templo Central, ainda liderados pelo Roger, hoje pastor nesta mesma congregação, essa canção era quase um hino pra nós, pelo que ela expressa, não sou de fazer apologia a nenhum cantor ou grupo, mas uma canção que agradece Aquele que liberta, salva e cumpri sua pena, por tudo que nos faz e ainda vai fazer...
Só posso agradece-Lo...
Jesus eu Te Agradeço.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Em tempo!!!

Gostaria de agradecer o carinho pelos jovens da AD Jd Fernanda!
Contem comigo e não se esqueçam de orar por nós!!!!!!!!!!!!!

Deus abençoe a todos!

O centro da minha personalidade!!!!

Estive ontem levando a palavra em um encontro de férias em uma Assembléia de Deus Min. Belem, la no Jd. Fernanda, apesar do fatidico atraso e não poder acompanhar o culto desde o seu inicio, Deus falou grandemente comigo na noite de ontem, estive pensando durante toda a semana sobre o que iria pregar, mas o corpo central da mensagem eu ja tinha em mente.

O que Deus falou comigo mesmo foi sobre como a igreja tem tratado um tema que é o tema central do evangelho: a pessoa de Cristo.
Nós temos pregado de tudo em todos os lugares, mas devemos realmente voltar a propagar não só o evangelho da Verdade, mas a Verdade personificada, na pessoa de Cristo.

Onde esta o Amor que nos constrange?
Onde esta as almas sedentas da Agua Viva?
Onde esta a Verdade e a Vida?

Quando esquecemos que o centro do evangelho é Cristo, nos distanciamos da sua essência e esquecemos que precisamos transformar nossa personalidade:

A Winkpédia define a personalidade como:
"Encontrar uma exata definição para termo personalidade não é uma tarefa simples. O termo é usado na linguagem comum - isto é, como parte da psicologia do senso comum - com diferentes significados, e esses significados costumam influenciar as definições científicas do termo. Assim na literatura psicológica alemã persönlichkeit costuma ser usado de maneira ampla, incluindo temas como inteligência; o conceito anglófono de personality costuma ser aplicado de maneira mais restrita, referindo-se mais aos aspectos sociais e emocionais do conceito alemão[1].

Carver e Scheier dão a seguinte definição: "Personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa"[2]. Esta definição de trabalho salienta que personalidade [3]:

* é uma organização e não uma aglomerado de partes soltas;
* é dinâmica e não estática, imutável;
* é um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos;
* é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca;
* mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e consistentes
* expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções.

Asendorpf complemente essa definição. Para ele personalidade são as perticularidades pessoais duradouras, não patológicas e relevantes para o comportamento de um indivíduo em uma determinada população. Esta definição acrescenta àquela de Carver e Scheier alguns pontos importantes[1]:

* Os traços de personalidade são relativamente estáveis no tempo;
* As diferenças interpessoais são variações frequentes e normais - o estudo das variações anormais é objeto da psicologia clínica (ver também transtorno mental e transtorno de personalidade)
* A personalidade é influenciada culturalmente. As observações da psicologia da personalidade são assim ligadas apenas à população em que foram feitas; para uma generalização de tais observações para outras populações é necessária uma verificação empírica."

E esquecemos que essa pesonalidade, que é multifacetada precisa de um centro: Cristo.

Nós moldamos nossa personalidade atraves dos anos, mas quando deixamos Cristo se o centro dessa personalidade, somos moldados por Ele e divimos a personalidade Dele.

Quero ser marcado pela personalidade de Cristo, quero ser transformado pelo poder do Seu Amor...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um chamado para angustia

Como eu gostaria de ter essa angustia!

Estive pensando em como mudar melhorar meu ministério?
Oque eu como ministro deveria buscar, que estratégia nova criar?
Resolvi para ouvir um jovem pregador, com apenas 50 anos de ministério.

Creio que ele me agragou um pouco...



Deus abençoe vocês!