segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O que aprendi com o Félix!



 
Redenção: Do L. REDEMPTIO, “ato de comprar de volta”, de REDIMERE, “comprar de volta, libertar, resgatar”, formado por RE-, “de novo”, mais EMERE, “pegar, tomar, ganhar, comprar.

Não, não vou falar do beijo gay, o que eu penso sobre, não faz muita diferença em relação a algumas observações que fiz sobre este personagem, Félix.

Félix: LATIM significa FELIZ.

Uma personagem intrigante começa a novela armando contra a irmã, tem um casamento de fachada, não gosta do filho, não gosta de criança, não gosta de idosos, não gosta da sogra, trata a secretaria de cadela, joga a sobrinha em uma caçamba de entulhos, interna a irmã mais nova em um manicômio que ainda utiliza a pratica de choque no tratamento, rouba a própria família, utiliza a sogra como laranja em um negocio sujo, tem uma relação extraconjugal com outro homem, tem apenas três amores; dinheiro, sua mãe e a si mesmo.

Depois de atrapalhar muita gente, fazer mal a muitas pessoas, ele fica pobre, vai vender hot-dog na 25 de Março, perde seu status, seu poder seu amor próprio; seu amante esta preso humilhado pela secretaria, sua homossexualidade revelada para toda a família, desmascarado como autor do desvio da sobrinha enfim conhece todas as mazelas de um pobre mortal.

Mas discorrer aqui sobre o Félix, ficaria gastando muito tempo para explicar a novela, a quem já assistiu e pra quem não assistiu e não sou noveleiro, confesso que nos últimos 2 meses assisti sempre que deu, pois queria ver o desfecho deste personagem.

Sim, houve o beijo gay, não me atrai este tipo de comportamento na TV aberta, quanto a minha filha ela assisti a Discovery Kids, Nick Jr., Disney Jr, TV Ra Tim Bum, Cultura, mas o que aprendi com o Félix?

Vi um homem arrependido, depois de haver passado uma experiência degradante, onde possuía tudo que uma pessoa gostaria de possuir, dinheiro, status, era diretor de um hospital de ponta, carros, mansão, restaurantes luxuosos, em poucas horas, esta dormindo em um hotel barato do centro de São Paulo, andando de ônibus lotado e vestindo shorts de licra, com uma flor berrante na cabeça gritando, “HOT-DOG do Félix”, correndo do rapa, cuidando de um bebe, morando com uma mulher brega, sendo assediado por um mecânico humilde, enfim tudo aquilo que ele temia, aconteceu, repetindo a frase de uma canção do Pr. Michael Santiago, “toda a sua dor lhe deu poder”.

Ele venceu a adversidade, superou seus preconceitos, mudou seus paradigmas, conheceu o amor.

Muitos virão me falar sobre sua homossexualidade, mas porque é tão difícil para o cristão entender que ele foi transformado, apesar de não ter mudado sua opção sexual, não, não vou afirmar que ele se converteu, pois isso publicamente não aconteceu, nem ficou implícito pelo autor que isso aconteceria, mas o fato é que ele conheceu o amor, algo mudou dentro dele e ele de maneira surpreendente mudou, tudo o que ele havia feito de errado vem a tona, forçadamente pela mãe ele precisa se retratar com as pessoas que ele ofendeu e isso transcende.

Ele começa a se afeiçoar com crianças, um inimigo declarado, o ancião dr. Lutero, se inicia um relacionamento com um certo respeito, estilo Félix, mas havia respeito, a brega que ele nunca conversaria, o ajuda, agora de volta a família e rico novamente dividi sua mesada com ela pede perdão a irmã e inicia um longo e doloroso processo de restaurar ou melhor criar um entendimento de amor e respeito com o próprio pai.
O filho, Jonatas, desprezado pelo pai, se transforma em seu melhor amigo e referencia, sua preocupação estende-se até a pequena Mary Jane, filha do desestruturado casal Valdirene e Carlito.

Sua transformação é visível e um exemplo para muito cristão, como assim Léo? Exemplo?

Sim, apesar de gay, assunto tão delicado e de tratamento tão controverso no nosso meio, sua transformação foi exemplar, quantos de nós, após a nossa conversão, seguimos no caminho inverso a Redenção e nos distanciamos de gente querida, Deus me perdoou, no meu intimo já pedi perdão, mas não restitui a quem fraudei, continuei com o coração duro, não levo desaforo pra casa, Félix foi humilhado pelo pai até a ultima cena, mas permaneceu fiel ao seu amor, acho que eu mesmo não teria feito aquilo.

O beijo gay, a tele dramaturgia brasileira precisava disso, se não fosse com ele, seria outro personagem, abrira precedentes? Acho que sim, não me importa, assisti os últimos capítulos, pois queria escrever sobre este desfecho.

Aprendi muito com ele, descobri que posso melhorar em muita coisa, ele continuou sua vida, gay, morando com um parceiro, e daí?

Pecado? Sim, mas todas as outras transformações que ele sofreu não contam?
Carminha era hétero, adultera má, mas sua transformação foi mais bem aceita, porque não a do Félix? Simples ele continuou gay, transformado em um ser humano muito melhor, mas gay e isso não preenche nossos requisitos de aceitação.
Félix é só uma personagem, a novela acabou e em pouquíssimo tempo será esquecido, deixado para trás, outros assuntos se iniciaram por causa de outras novelas, ainda assim o exemplo dele pode ser seguido, apesar de gay, fica o exemplo de um ser humano que buscou melhorar, ser gay é um pecado individual, os danos que ele pode causar é só a si mesmo.

Disse um poeta “É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã, por que se você, parar pra pensar, na verdade não há...” (Renato Russo)

Se tratamos uma personagem assim, como trataríamos um gay no nosso meio?
Aprendi que pessoas mudam pra melhor, apesar de não alcançar minhas expectativas, foi assim com o Félix.

Excelente semana para todos.

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